Musicaria


Mudamos de endereço, conheça nossa nova casa! http://amusicaria.com/
20/07/2011, 17:46
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Galera, afim de melhorar e aproveitar melhor tudo aqui que a internet nos permite usar, mudamos para http://amusicaria.com/

Entra lá pra conhecer!

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Sobrado 112 – No País da Skapolca
10/06/2011, 15:23
Filed under: Resenhas, Sobrado 112 | Tags: ,

É na levada do afrobeat, funk, rock, jazz, samba, ska, polca e dub que o Sobrado 112 começou a balançar no Rio. A mistura não é só nos ritmos, pois quem diria que um sobrado, Rio de Janeiro e jovens do interior de São Paulo se cruzariam e formariam essa delirante skapolca (rótulo criado pela banda). Com o passar dos tempos o número de integrantes cresceu e o reconhecimento da banda mais ainda, não é a toa que essa galera já trabalhou com  Aldir Blanc, Lucas Santana, Buguinha Dub e mais uma penca de gente de renome na cena. O terceiro* disco da banda instrumental lançado em 2010, “No país da Skapolca”, começa na levada do groove de “Carne de pescoço”, som magnífico onde a metaleira lança um petardo nos ouvidos, sem contar o ótimo trabalho na base da guitarra. Na sequência “Eu e minha amada no Grajaú”, vem na levada soul, afro-beat e com um espetáculo a parte na guitarra que abusa em um solo ‘maneraço’ e segura a onda no wah wah junto do compasso marcante do contra-baixo. Em seguida a auto-explicativa “Dub” que conta com os arranjos dos metais e a base nos batuques. “Maldição da Caveira” faz o disco voltar no balanço groove, em uma onda bem relax que muda quando entra a outra faixa, “Skapolca Rocksteady”, começa em uma levada mais reggae com acompanhamento do teclado e arranjos de sopro, no meio do som a música ganha uma pegada mais rápida em uma batera mais rock n’ roll e vai alternando os estilos no decorrer da música, ótimo trabalho. Mantendo uma levada no reggae, “Simérius Conan” logo ganha velocidade e parte pro ska, com uma batera bem animada e a peculiar beleza dos arranjos da metaleira. E para fechar o disco ninguém melhor do que Buguinha Dub para fazer um remix ‘adubado’ da música “Dub”, extremamente bem ambientada nas mãos de Buguinha.

A galera caprichou na produção, dando oportunidade para todos os instrumentos se destacarem e conversarem entre si. Lembrando que Buguinha foi o co-produtor do disco junto com a banda que gravou o projeto ao vivo no estúdio Yb. Dessa forma a galera do Sobrado 112 vai ganhando destaque constantemente na cena de bandas instrumentais, já que esse é o primeiro trabalho totalmente instrumental da banda. Enfim, ótimo álbum, um espetáculo a parte dos instrumentos de sopro. Agora só falta você conferir.

*cronologicamente o “Sobrado 112 no País da Skapolca” foi o segundo disco gravado e será o terceiro lançado; o segundo disco lançado (“Isso Nunca me Aconteceu Hoje”) foi o terceiro gravado. Já o primeiro lançado, foi o primeiro gravado mesmo.

  1. Carne de Pescoço
  2. Eu e Minha Amada no Grajaú
  3. Dub
  4. Maldição da Caveira
  5. Skapolca Rocksteady
  6. Simérius Conan
  7. Dub (Remix Buguinha Dub

http://www.sobrado112.com/

http://www.myspace.com/sobrado112



Novos Bossais – A Bossa Bem Mais Nova
09/06/2011, 1:16
Filed under: Novos Bossais, Resenhas | Tags: ,

E olha aí Pernambuco trazendo boa música novamente. Em uma releitura moderna das bossas que embalaram as décadas passadas, o quinteto Novos Bossais, seleciona uma série de sucessos da bossa nova e insere uma roupagem muito mais nova ainda. O grupo que se formou em 2010, depois que os amigos e músicos das bandas “Parafusa”, “Rádio Outono” e “Outro Sim”, decidiram ‘re-arranjar’ os clássicos brasileiros. Dito e feito. “A Bossa Bem Mais Nova” começa com a famosíssima canção de Tom Jobim e Vinícius de Moraes “Garota de Ipanema” que conta com uma abertura no ritmo da música “Dança do Carimbó” que ficou conhecida através da banda Mastruz com Leite, a guitarra vem com um timbre seco e um teclado/órgão bem tradicional. No sambinha “Com que Roupa” do glorioso Noel Rosa, a guitarra traz um riff que se torna base para a música toda, assim como é feito na canção “Chega de Saudade” também de Tom e Vinícius, com arranjos ‘psicodélicos do teclado trabalhando ao fundo. “Samba do Avião” (Tom Jobim) começa com a guitarra soltando um riff de distorção mais pesada, que ganha logo a companhia do teclado e caem na suavidade da bossa, um dos destaques do disco. Logo vem “Saudade da Bahia” (João Gilberto),que é mantida na leveza da bossa, mas contando com a voz encorpada e ‘sotaqueada’ de Gleisson Jones. “Samba da minha terra” do mestre  Dorival Caymmi, segue o leve suingue e um belo arranjo do contra-baixo no refrão, versão bem bacana. “A Rita” (Chico Buarque), é uma rápida passagem com teclados bem bregas, que abrem alas para o grupo cair na canção “Tarde em Itapuã”, de Toquinho e Vinícius, música que vai em uma levada de reggae, com guitarra ecoando e simples viradas na batera. Em uma pegada mais funk a banda chega com “Samba de uma nota só”, de Tom e Newton Mendonça. Logo na sequência, “Maracangalha” de Dorival Caymmi e depois a ótima versão de “Se você Jurar”, composição de Francisco Alves, Ismael Silva e Nílton Bastos, som que se tornou um dos destaques no disco dos Novos Bossais. A graciosa “O Barquinho” (Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli), vem em seguida com toda doçura, mas com um trabalhão na batera, especialmente na caixa, que marca o andamento todo ‘repicado’. E na mesma levada, o grupo emenda “Felicidade”, de Tom Jobim, som bem ‘arranjado’. E pra fechar o disco, a última música de ninguém mais, ninguém menos, que os fabulosos Tom e Vinícius, “Água de Beber”, é feita em uma levada bem rock n’ roll, totalmente dançante, com o riff bem intimador, porém sem vocal.

Disco muito bem feito nos aspectos de produção. Há momentos em que o vocal se sobressai demais  e parece destoar um pouco em relação aos instrumentos, mas nada  prejudicial ao trabalho. Em relação ao teclado, em algumas músicas se torna um pouco enjoativo o som de órgão, mais agudo, junto com a distorção seca e ‘tropical’ da guitarra. Porém, novamente, de forma alguma isso prejudica o conjunto da obra, feita com muita dedicação pelos jovens Novos Bossais. Vale a pena redescobrir a bossa-nova, com “A Bossa Bem Mais Nova”, ouça! (Tem o Promo para download no site dos caras! Aproveitem!)

01. Garota de Ipanema
02. Com Que Roupa
03. Chega de Saudade
04. Samba do Avião
05. Saudade da Bahia
06. Samba da Minha Terra
07. A Rita
08. Tarde Em Itapuã
09. Samba de Uma Nota Só
10. Maracangalha
11. Se Você Jurar
12. O Barquinho
13. A Felicidade
14. Água de Beber

http://www.novosbossais.com.br/

http://www.myspace.com/novosbossais



Release – Show MPB 4 em Araraquara – 04/06/2011
07/06/2011, 0:15
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Tudo bem que “A Musicaria” trata de nova música brasileira, mas não dá pra deixar passar em branco uma magnífica apresentação de um quarteto que fez e ainda faz história na música brasileira. E não deixa de ser ‘novo’, pois até bolero novo rolou no show. Com vocês MPB 4.

Da levada do samba a cadência do bolero, entre risos e agudos, saudosismo e personalidade. É/Foi assim a apresentação de um dos maiores, se não o maior grupo vocal do Brasil, MPB 4, que no dia 04/06/2011 realizou uma primazia sonora ao vivo e a cores aos presentes no SESC Araraquara. O ‘rolê’ só não foi melhor, pois assistir a apresentação sentado não permitia que os pés se esbaldassem na levada dos sambas que pairaram sobre nossos ouvidos, e que sambas. E é no “Ronco da Cuíca” de João Bosco e Aldir Blanc, que o MPB 4 inicia o show, seguindo com “De Frente Pro Crime”, do glorioso João Bosco também, duas músicas que animaram a platéia. Em seguida vêm “Cicatrizes” (de Miltinho e Paulo César Pinheiro), som que traz toda doçura e seu leve balanço no refrão. Bem na leveza das vozes chega “Refém da Solidão” de Baden Powell e Paulo César Pinheiro. Para a emoção do público, MPB 4 apresenta a famosa canção “Cio da Terra” (de  Milton Nascimento / Chico Buarque), cantada com toda maestria do mundo. “San Vicente” de Milton Nascimento é tocada na sequência, posteriormente começa “Cebola Cortada” (Clodô e Petrúcio Maia), em uma levada preciosista no violão. Para melhorar ainda mais o show nada melhor do que “Chega de Saudade”, dos mestres Tom Jobim e Vinícius de Moraes, uma das melhores músicas da noite. Ainda na onda de Tom, o quarteto  apresenta a doce “Falando de Amor” e o brilhante “Samba do Avião”. Bem irreverentes, entre piadas e risadas os músicos alegravam a platéia e nada melhor do que tirar risos cantando “Um Gago Apaixonado”, do gloriosíssimo Noel Rosa. Em um momento mais contemporâneo o quarteto canta “Faz Parte do Meu Show”, de Cazuza, que ascende ainda mais os ânimos da platéia. Logo em seguida o grupo começa um poutpopurri com as músicas “Morena Flor”, “O Meu Pai Oxalá” e  “Regra três”, todas de Vinícius de Moraes e Toquinho. Novamente tirando risos da platéia, o quarteto apresentou uma música de autoria de Dalton Medeiros, com uma ótima e engraçada letra, “Mandala”. Para incrementar a noite o grupo tocou seus dois novos boleros, “Sabe Deus” e “Relógio”. Na sequência veio a conhecidíssima “Cálice”, dos grandiosos Chico Buarque e Gilberto Gil. Logo vem a música “Lua” conhecida nas vozes do próprio quarteto, sendo uma composição de Renato Rocha. Para a felicidade dos fãs, o grupo toca a tão esperada “Roda Viva”, de Chico Buarque, que ganhou destaque juntamente com o quarteto, um dos ápices da apresentação do grupo. Em seguida outro sucesso “Vira Virou”, e na sequência a clássica e animadíssima “O Que é , O Que é?”, de Gonzaguinha. Quando o show está para se encerrar, Aquiles faz uma brincadeira dizendo que não seria viável ir até o camarim e voltar pra tocar o bis, então faria de conta que todos já haviam pedido o bis e tocariam, para a surpresa do público o bis foi dado com “Quem Te Viu, Quem Te Vê”, de Chico Buarque.

Em suma, ótimo show, repertório variadíssimo, mas conhecido, apresentação animada e descontraída da parte do quarteto que estava acompanhado dos ótimos músicos Pedro Reis (guitarra e bandolim),  Marcos Feijão (bateria) e João Faria (baixo). O que faltou mesmo foi ficar de pé e balançar nos sambinhas da noite.



Comunidade Azougue – Coisas que não se Fabricam Mais

É no embalo do groove, na levada do samba e no ardor do mangue-beat, que surge Comunidade Azougue, mais uma grande revelação de Pernambuco. Formada por ex-integrantes de ótimas bandas da cena pernambucana como Sheik Tosado, Caiçaras, Bonsucesso Samba Club, entre outras. Os músicos abrem 2011 com “Coisas que não se fabricam mais”, um petardo de suingue e carisma, que viaja em grooves de sambalanço, samba-rock e gafieira. Comunidade Azougue começa o suingue com “Samba de Black”, um belo sambalanço, com a metaleira inspirada e um perfeito trabalho de Sanzyo Dub na batera. Continuando no balanço, surge “Eva Brasileira”, som que também tira pra dançar e com um arranjo dos instrumentos de sopro bom demais. Em uma levada mais rápida vem “Samba de Graça”, com a percussão de Leo Oroska afiadíssima e os solos de guitarra que mantém a qualidade até o fim. A música que dá título ao disco ” Coisas que não se fabricam mais”, começa em um groove primoroso, daqueles que lembram até o mestre Marku Ribas, o som segue em uma letra que anda rápido e cai em um samba mais pesado no refrão, que se fecha em uma virada magnífica da metaleira. Em uma levada mais cadenciada, “Balada n. 7”, um samba-canção bem saudosista e romântico. “Orion e as Pirâmides” vem em um ritmo bem tropical, mantido nos riffs e percussão bem latinos e empolgantes. No contraste da última música começa “Aurora”, levada bem leve e cadenciada, mas que mantém o balanço. Em um suingue ‘funkeado’ chega um dos destaques do disco, “Sandália de Dedo”, groove forte e completo que conta com um refrão que gruda na primeira vez que você ouve o som. No sambalanço aparece “Nas quebradas”, que ganha um ar de música latina no trabalho da percussão que ambienta toda a música. “Quero me pintar de preto” tem uma levada mais rock n’ roll na batera, mas a pegada da guitarra segura o suingue junto da metaleira. No samba de “Dorotéia”, mais um destaque, a Comunidade Azougue encerra o disco em grande estilo.

Produção nota 10, não deixando nada a desejar. Destaque para o vocal de Fred Caiçara, que ganha pontos no sotaque e originalidade da voz. Comunidade Azougue se torna mais uma das belíssimas bandas que surgem em Pernambuco, e que se destaca pelo poder em compor sambas e trazer toda essa imagem vintage e ‘malandra’ do sambalanço. Ótima pedida, Comunidade Azougue – Coisas que não se fabricam mais!

  1. Samba de Black
  2. Eva Brasileira
  3. Samba de Graça
  4. Coisas que não se fabricam mais
  5. Balada n. 7
  6. Orion e as pirâmides
  7. Aurora
  8. Sandália de dedo
  9. Nas quebradas
  10. Quero me pintar de preto
  11. Dorotéia
http://www.myspace.com/comunidadeazougue
http://comunidadeazougue.tnb.art.br/


Ortinho – Herói Trancado
03/06/2011, 9:20
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Um salve à um dos grandes nomes da música pernambucana, não muito notório midiaticamente, porém, vaga com força e ardor no cenário musical. Ortinho que resplandece na banda Querosene Jacaré nos anos 90 e se estabelece em seus discos solo em 2002, 2006 e no último trabalho “Herói Trancado” de 2010. Disco que paira em ares do Rock n’ Roll clássico, que soam como jovem guarda e até mesmo pop-rock, um tiro certo do pernambucano. O disco “Herói Trancado”, começa na simples distorção das guitarras, mas na dançante pegada da batera em “O cara do outro lado”, com uma linha vocal e letra muito simples, mas o suficiente pra agitar e fazer a galera acompanhar o hit. Na companhia do vocalista da Nação Zumbi, Jorge Du Peixe, Ortinho apresenta “Saudades do mundo”, com um belo trabalho na metaleira da música e uma levada bem simples e reta, mas que ganha corpo na voz densa e precisa de Jorge. Na sequência, “Modelo Vivo”, romântica mas sem monotonia e com uma presença magnífica do piano do genial Victor Araújo que fecha a faixa com louvor. Na mesma pegada, porém um pouco mais leve, surge “Moldura”, bem ‘arroz com feijão’, com receita simples para um som rock-nacional que ganha pontos a mais com precisão e o sotaque de Ortinho. A música título do disco “Herói trancado”, vem em uma levada de rock n’ roll bem animadinha, capaz de fazer os sapatos se mexerem e a cabeça acompanhar o ritmo. Em uma toada mais relax e com a presença do ilustre Arnaldo Antunes, “Retrovisores”, acalma os ânimos com a doce presença do piano e suavidade da bateria. Eis que surge a frenética “Pense duas vezes antes de esquecer” (parceria de Arnaldo Antunes e Marcelo Jeneci), som bem enérgico, que convida pra agitação com todos os arranjos sintetizados e rítmicos. “Você não sabe da missa um terço” aparece em uma levada bem rock n’ roll setentista, com distorções bem simples, a linha de vocal do refrão lembra muito as linhas que Raul Seixas utilizava em seus refrões, algo bem ascendente e bacana de cantar. Em um caminhar mais tranquilo, vem “Sonhar de novo”, com mais um belíssimo trabalho no piano. “Café com Leite de Rosas” é um ótimo destaque no disco, agitada e com um wah wah ‘bacanérrimo’ na guitarra, destaque também para o trabalho no sax, que dá aquela encorpada na música (lembrando que essa música também foi gravada no último disco de Marcelo Jenecei, vale a pena conferir). E para nossa surpresa, Ortinho traz na última faixa, “Já fui rei”, uma ciranda na voz de várias crianças, grata surpresa para o encerramento do disco.

Tratando-se de Ortinho é claro que a produção ficou ótima, ainda mais com a presença de grandes músicos da música brasileira contemporânea como Jorge Du Peixe (Nação Zumbi), Victor Aráujo (Seu Chico), Arnaldo Antunes, Chiquinho (Mombojó), entre outras feras. Ortinho manda um tiro certeiro, um rock n’ roll sem pscicodelias, simples, direto e reto. E que faz lembrarmos daquela pegada sonora da jovem guarda, mas sem nostalgia, pois Ortinho coloca suas caraterísticas com precisão e sotaque. Agora basta ouvir e dançar!

01 – O cara do outro lado
02 – Saudades do mundo (part. Jorge Du Peixe)
03 – Modelo vivo
04 – Moldura
05 – Herói trancado
06 – Retrovisores (part. Arnaldo Antunes)
07 – Pense duas vezes antes de esquecer
08 – Você não sabe da missa um terço
09 – Sonhar de novo
10 – Café com leite de rosas
11 – Já fui rei

http://www.myspace.com/ortinho

http://tramavirtual.uol.com.br/ortinho



(Banda) Tono – Tono
01/06/2011, 16:58
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Mais uma grata surpresa no ano de 2010, a banda Tono surge com o seu segundo disco, talvez com um grau de notoriedade inferior ao que se esperava, mas isso não faz jus a qualidade do disco, muito pelo contrário “Tono”, nome da banda que intitula o disco é uma bela obra diga-se de passagem. E o som que puxa essa doce toada da banda carioca é “Não consigo”, uma levada bem quebrada, com uma guitarra seca e meio tropical e o que navega nesse som de delírio é o doce timbre da vocalista Ana Cláudia, que embala com delicadeza. Na sequência vem “Me Sara”, um dos destaques do disco, se não ‘o’ destaque do disco, uma bela levada na batera (algo meio new wave tropical, se é que isso existe), bem empolgante e alegre e com um refrão que gruda nos tímpanos, ótima música. “Sem falsas esperanças” chega em um ritmo de marchinha carnavalesca, marcado pelo agudo e seco timbre da guitarra, vocal simples, direto e com o sotaque do também baterista Rafael Rocha.Com um ar mais Indie -rock chega “Corte no pé”, que apesar de carregar uma linha vocal um tanto quanto monótona, ganha mais empolgação nos solos de guitarra e força da bateria. Na sequência vem “So in”, que busca passear por terrenos mais ‘bossistas’ e levemente ‘jazzista’. Em um ritmo solto em quebradas na batera surge, “Aquele cara”, um dos destaques do disco, com um refrão bem bacana e ascendente, o que mais surpreende é a virada sensacional da batera junto do solo de guitarra que fecha a música, trabalho bem executado. três boas músicas, porém que não surpreendem muito dentro do disco são “Ele me lê”, “Mariposa” e “Da terra pro sol”, as duas primeiras praticamente instrumentais, mas com um certo teor enjoativo, já a terceira tenta seguir a idéia da primeira música do disco, “Não consigo”, porém meio malemolente demais. “Distante demais” segue a linha de “Da terra pro sol”, mas ganha destaque pelo trabalho feito com os instrumentos de sopro, belos arranjos instrumentais virtuam pelo som, porém o vocal fica um pouco baixo demais em relação aos instrumentos, o que fere um pouco a música. Contrastando de verdade, “Tono” apresenta um ‘tecnobrega’ chamado “Samba do Blackberry”, que não tem cara de samba não, som que chega ser bem engraçado pelo andamento da música e pelo refrão, porém parece contraste demais para um disco que vinha em uma pegada extremamente diferente. O disco se fecha em “Nega”, levada bem relax, as vezes até de mais, sem surpresas, a não ser a grande encorpada que a música ganha no final com o peso da guitarra e bateria.

Uma boa produção, apesar daquela leve diferença de vocal e instrumentos na faixa “Distante demais”. Do geral “Tono” é uma ótima promessa que, pisando nos quadros certos, definindo seus caminhos, tem tudo pra ganhar muito mais espaço e notoriedade na cena de música brasileira. De imediato “Tono” é um belo disco, que traz grandes destaques entre as músicas. Vale a pena conferir, com certeza!

  1. Não Consigo
  2. Me Sara
  3. Sem Falsas Esperanças
  4. Corte no Pé
  5. So In
  6. Aquele Cara
  7. Ele Me Lê
  8. Mariposa
  9. Da Terra pro Sol
  10. Distante Demais
  11. Samba do Blackberry
  12. Nega Música

http://www.bandatono.com.br/default.aspx

http://www.myspace.com/tonoauge



Coisa Linda Sound System – Rochedo de Penedo

Coisa Linda Sound System - Rochedo de PenedoÉ na corrente do rio São Francisco que os alagoanos do Coisa Linda Sound System se aventuram. “Rochedo de Penedo” que faz referência à cidade de Penedo – AL, o disco saí do regionalismo e dá uma volta ao mundo buscando influências. E para descer essa correnteza de variedades, Coisa Linda Sound System abre o álbum com “Flor da Montanha”, em uma base eletrônica bem pegada, uma guitarra delirante e um sotaque envolvente, o som se joga num belo groove.  No contraste da música anterior, o disco traz “O velho”, bem suave, em um quase pop que se lança nas teclas do teclado e um belo solo de violão. No balanço do groove chega “Grude”, instrumental e com um excelente trabalho nos sintetizadores. “Gravidade” mantêm o balanço, em partes se assemelha com o mangue-beat pernambucano, mas sem o estouro dos bumbos de maracatu, o som carrega alguns repentes bem envolventes, e se larga em um refrão bem grudento junto ao som eletrônico, grande destaque do disco. “Ciranda” suaviza os ânimos, segue a simples levada dos batuques e uma guitarra atmosférica relaxante. A música que dá título ao disco, “Rochedo de Penedo”, chega em uma corrente bem frenética instrumental, abusando nos elementos eletrônicos e uma guitarra delirante, chega a lembrar até alguns trabalhos do Projeto “Maquinado” de Lúcio Maia (Nação Zumbi). “Ação Alien” chega quente, com uma letra bem sócio-ambiental e com os peculiares elementos eletrônicos e algumas ‘abusadas’ vocais de Marcelo Cabral. “Menina” vem naquela onda relax de “O velho” e “Ciranda”, bem suave e romântica. Em “Verdes” o Coisa Linda cai em um reggae suave, simples e reto. E finalizando com estilo, Coisa Linda Sound System lança “Chupacabra”, um instrumental completo e variado, na batida dos sintetizadores, na viagem dos samples e na bravura da guitarra que ganha um tom mais agressivo no decorrer da música.

Sonoridade ótima, produção nota 10. Coisa Linda Sound System desbrava um terreno de mistura eletrônica e sons brasileiros/regionais de forma muito bacana, trabalhando tecnologia com muita musicalidade. E “Rochedo de Penedo” é a prova que essa mistura é legal e vale a pena experimentar, e com certeza vale a pena ouvir já!

  1.  Flor da Montanha
  2. O Velho
  3. Grude
  4. Gravidade
  5. Ciranda
  6. Rochedo de Penedo
  7. Ação Alien
  8. Menina
  9. Verdes
  10. Chupacabra

http://www.myspace.com/coisalindasoundsystem

http://www.oinovosom.com.br/coisalindasoundsystem



Leo Cavalcanti – Religar
27/05/2011, 9:37
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Eis que surge um belo aceno para a nova música brasileira, Leo Cavalcanti surpreende e muito. Traz conceito, naturalidade, sofisticação, poesia, pluralidade e modernidade. “Religar” é a prova real da qualidade da nova MPB (se assim for possível rotulá-lo), ao mesmo tempo que abraça dezenas de ritmos ele se afunila em originalidade, Leo mostra que tem e carrega as levadas dos últimos grandes nomes da MPB como Djavan, Gilberto Gil, Lenine e etc. E prova que sintetizadores, samples e a vasta tecnologia, podem ser sim grandes ferramentas que agregam e ainda assim permitem a naturalidade do compositor. E pra ligar essa máquina musical, Leo começa com “Ouvidos ao mistério”, uma base eletrônica forte, um baixo que marca com primor e um vasto devaneio instrumental e poético que caminha no vocal simples, mas preciso de Leo. No estalar dos dedos surge “Inalcançável você”, uma levada bem reta, mas que traz um belo balanço romântico. “Dentro” solta as rédeas para um balanço forte, num batuque imponente junto da base eletrônica e um violão que passeia as vezes por algo semelhante ao flamenco, sem contar os belos arranjos dos instrumentos de sopro. “Frenesi de otário” segue a mesma onda, mas com um refrão bem viciante e um coral backing vocal magnífico. Em um diálogo cinematográfico “Dissabor” é aberto, e quando abre, aí sim, o batuque ferve, uma guitarra ‘paranóica’ voa sobre a música criando um ambiente moderno, porém natural com o contraste dos tambores e um vocal meio compresso, em um tom tecnológico e com linhas rápidas e ascendente. Na companhia de ninguém mais ninguém menos que Tulipa Ruiz , Leo apresenta “Sem (Des)esperar”, com uma bela letra e uma levada bem atípica, que paira em um reggae para bailar. A pequenina  “Cantos Novos” abre alas para a chegada da “Religar”, título do álbum e dona de uma belíssima melodia que se inicia com um violão com toques que pousam sobre um flamenco com uma levada meio indiana, “Religar” acontece em uma harmonia crescente, com um show a parte nos instrumentos de cordas. “Acaso” surge para tranquilizar os nervos, já “A tal da paciência” traz um leve suingue nas suas bases eletrônicas e no violão ousado. “Soldado” viaja em uma onda mais ‘noise’, mas sem perder a levada do violão que contracena com guitarras distorcidas crescentes ao fundo. “Vou ser você” começa em uma pegada quase bossa nas cordas e vai se traduzindo em um leve suingue que até parece pender em uma espécie de sambalanço no refrão, linda melodia. Em uma mistura que se assemelha com um pouco de música do leste europeu e música espanhola, Leo apresenta juntamente a Tatá Aeroplano a música “Chuvarada”, canção bem reta que se desfaz em algumas pequenas ‘quebradas’ no refrão. Se religando naquela onda de bases eletrônicas e batuques, “Medo de olhar pra si” é o som que desliga o motor do disco “Religar”, e fecha um excelente trabalho de um jovem músico talentoso.

Com produção de Décio 7 e Cris Scabello, o disco não deixa nada à desejar, a não ser a vontade de apreciar um show ao vivo. Em relação ao disco em geral, Leo acerta em cheio com composições criativas e originais, entra em um jovem grupo de músicos brasileiros que remodelam a música constantemente, mas não se desligam das origens. Enfim, fica a dica de uma grata surpresa musical contemporânea, agora é ouvir e apreciar.

01. Ouvidos Ao Mistério
02. Inalcançável Você
03. Dentro
04. Frenesi de Otário
05. Dissabor
06. Me Des(esperar) – Feat. Tulipa Ruiz
07. Vinheta – Cantos Novos
08. Religar
09. Acaso
10. A Tal da Paciência
11. Soldado
12. Vou Ser Você
13. Chuvarada – Feat. Tatá Aeroplano
14. Medo de Olhar Pra Sí

http://www.leocavalcanti.com.br/home/

http://www.myspace.com/leocavalcanti



Tulipa Ruiz – Efêmera
25/05/2011, 23:24
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Grata surpresa no ano de 2010, Tulipa Ruiz colhe belos frutos devido ao seu magnífico trabalho “Efêmera”, disco top nos rankings de melhores álbuns nacionais de 2010 e conhecido internacionalmente após ter a música que entitula o disco pairando sobre os ouvidos dos gringos através do game “FIFA 2011”. Tulipa começa apresentando seu jardim com “Efêmera”, uma levada calma, leve e um tanto quanto trocapical/havaiana, mas que se fortalece nas crescidas dos instrumentos de sopro e na voz doce, porém firme e decidida. Na sequêcia vem “Pontual”, uma história bem ‘bacananosa’ de um atraso ao cinema, a canção tem um andamento bem arrojado com um trabalho bem interessante na batera e no baixo em algumas belas viradas. “Do amor” vem pra apaziguar os ânimos que afloram no som seguinte, “Pedrinho”, letra estupendamente bacana e criativa que é levada numa marchinha onde samples e vozes viajam ao fundo. Outra prova de criatividade é “A ordem das árvores” , som bem animado e recheado de qualidade nos instrumentos, principalmente no contra-baixo. “Sushi” é outra ‘baladinha’ que prepara o terreno para o hit “Brocal Dourado”, que vem com uma pegada bem pop trabalhada nos sintetizadores. Outra balada romântica que abre alas para mais um hit mais pop é “Aqui”, com uma bela melodia e com ‘riffizinhos’ bem atraentes. Em uma pegada mais pop/rock chega “As Vezes”, uma levada bem ‘rockizinha’ e graciosa nos vocais. “Da menina” traz toda aquela leveza apresentada no disco, mas com um toque especial do piano que acrescenta uma fina delicadeza. Para encerrar o passeio pelo jardim, Tulipa Ruiz fecha com maestria com “Só sei dançar com você”, uma harmonia perfeita com muito feeling, é uma daquelas músicas calmas que não faz dormir, mas cria expectativas para você ouvi-la inteira.

O disco teve uma bela produção de Rodrigo Ruiz, com um ótimo áudio, tudo dentro dos conformes. Em relação a criatividade e harmonia, nota mil, Tulipa não faz malabarismos com as letras ou com a voz, talvez justamente por primar a simplicidade ela se destaque. “Efêmera” é um disco que dificilmente cairá na efemeridade, pois representa muito bem a chegada de uma grande artista na cena musical brasileira. E que esse jardim de tulipa se expanda sempre com grandes melodias.

01. Efêmera
02. Pontual
03. Do Amor
04. Pedrinho
05. A Ordem das Árvores
06. Sushi
07. Brocal Dourado
08. Aqui
09. As Vezes
10. Da Menina
11. Só Sei Dançar com Você

http://www.myspace.com/tuliparuiz

http://tuliparuiz.blogspot.com/