Musicaria


Maquinado – Mundialmente Anônimo
20/05/2011, 11:42
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Não bastasse fazer história e obras primas com o glorioso Chico Science e Nação Zumbi, o guitarrista da banda, Lúcio Maia, lançou em 2007 seu primoroso projeto solo chamado “Maquinado”, com o álbum “Homem Binário” (logo logo teremos resenha dele). Em 2010 Maquinado reaparece com um devaneio auditivo espetacular, uma sequência perfeita para o trabalho solo do músico, “Mundialmente Anônimo, O Magnético Sangramento da Existência”, um disco com um ar um tanto quanto orgânico, com guitarras sem exagero, até com algumas levadas de samba em algumas músicas, mas sem perder a modernidade dos samples de um bom produtor. Lúcio abre o disco surpreendendo demais, “Zumbi” é a canção que puxa o disco, Maia faz uma releitura primorosa da música de Jorge Ben composta em meados de 74, a canção traz um riff bem marcante, ainda mais com elementos eletrônicos que ambientam a música. Em seguida e na mesma linha de “Zumbi”, Lúcio lança “Dandara”, que faz referência a esposa do herói negro Zumbi dos Palmares, música que traz uma letra riquíssima historicamente. Em uma levada mais “samba/baião”  o álbum segue com  “Bem vinda ao inferno” e “Super Homem Plus” (música do Mundo Livre S/A), com vocais simples e bem acentados, a “Super Homem Plus” conta com uma bela participação do trompetista Guizado, que vem fazendo grandes parcerias. Na faixa “Tropeços Tropicais”, Maquinado aposta em um rap nos vocais de Lurdes da Luz, do Mamelo Sound System, rap que por sinal ficou excelente, com bases bem acentuadas, uma guitarra viajando ao longo da música e uma letra bem atraente. Em meio a varieda sonora, o “Mundialmente Anônimo” surge com uma “balada” que gruda nos ouvidos, “Pode Dormir”, tal música lembra bastante uma das faixas que até ganhou clipe no trabalho anterior de Lúcio, “Sem Conserto”, “Pode Dormir” segue essa linha, com bastante preciosismo nas cordas, uma levada bem tranquila e marcante com um vocal de Lúcio bem acentuado e suave, “Girando o Sol” também segue essa tendência. Outra aposta do Maquinado são nas músicas instrumentais como “Provando a Sanidade”, “Recado ao Pio, Extensivo ao Lucas” e “SP”, a última das três é uma das mais pesadas do disco, com elementos eletrônicos a rodo, sirenes e vozes, sonorizando São Paulo de uma forma bem densa.

O álbum é bem ‘auto-explicativo’, cada música traz seu ambiente, cada som apresenta um devaneio, esse é um dos pontos fundamentais nos álbuns de Lúcio Maia, a capacidade de fazer com que o ouvinte adentre na sua viagem, no seu sonho, no seu devaneio. Lúcio leva um pouquinho disso também no seu último trabalho gravado, “Seu Jorge e Almaz”, que conta com uma roupagem em cima de músicas de grandes artistas, mas essa história fica para outra resenha, enquanto isso ouçam IMEDIATAMENTE “Mundialmente Anônimo, O Magnético Sangramento da Existência”.

1. Zumbi
2. Dandara
3. Bem Vinda ao Inferno
4. Super Homem Plus
5. Tropeços Tropicais
6. Pode Dormir
7. Provando a Sanidade
8. Recado ao Pio, Extensivo ao Lucas
9. Girando ao Sol
10. SP

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