Musicaria


Mombojó – Amigo do Tempo
22/05/2011, 14:13
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Fazendo jus a boa música de Olinda, os pernambucanos da Mombojó não cansam de fazer bonito, seja chamado de Nova MPB, Mangue-Beat ou música Alternativa, o resultado é um só, originalidade. A banda conseguiu com que o último disco “Amigo do tempo” fosse também amigo de nossos ouvidos em todas as faixas e isso fica extremamente claro com a primeira música do álbum “Entre a União e a Saudade”, com um ar atmosférico, batera cadenciada, samples passeando pela música e uma linha de vocal muito bacana. Quebrando o ar sereno que a primeira música deixa, os pernambucanos entram na segunda faixa, “Antimonotonia”, pedindo pro corpo mexer com uma levada de rock n’ roll, riff’s que lembram algo bem velho-oeste e um teclado que enaltece a sonoridade da música que caminha com um vocal bem reto. “Passarinho Colorido” começa numa pegada bem frenética, com um teclado soberano e uma batera aguda, porém em uma freada graduada o som começa a ganhar peso nas guitarras e manter uma levada mais lenta, mas bem bacana, ótimo truque usado pela banda. Em “Justamente” e “Qualquer Conclusão” fica evidente os traços de cordas que o grupo gosta de usar, uma distorção praticamente limpa, lembrando bastante distorções usada por bandas de rock n’ roll nos anos 80. Na sequência “Praia da Solidão”, uma ‘balada’ bem leviana, que caminha com teclados, instrumentos de sopro e uma guitarra bem simples, chega a lembrar aquelas canções românticas de Roberto Carlos, é claro que sem os samples e outros arranjos mais modernos. Fica em destaque as duas próximas canções do disco “Casa Caiada” e “Aumenta o volume”, a primeira definitivamente apresenta bem a cara da Mombojó, contém praticamente todas as características musicais utilizadas ao longo do disco e têm um refrão bem convincente. Na “Aumenta o volume” a empolgação é grande apesar de pontos mais calmos na canção, a música mais pesada do álbum têm guitarras fortes,  solos ‘ardidos’ e uma batera com belas viradas nos pontos ‘quentes’ da música, sem contar com o vocal onde Felipe (vocalista) marca presença sem fazer malabarismos com a voz. “Triste Demais” entra naquela linha bem atmosférica e ‘relax’ nada de muito diferente em relação aos outros sons que a banda já havia apresentado anteriormente. A faixa que traz o nome do disco “Amigo do tempo”, têm um ‘riffizinho’ bem grudendo que carrega a linha do vocal, além de um belo trabalho no chimbal do baterista Vicente Machado. Na última e mais ‘pop’ faixa do disco, “Papapa”, que até ganhou um clipe bem moderno e bacana, a presença dos sintetizadores é clara, uma guitarra nada carregada, uma levada tranquila mesmo com o peso dos sintetizadores e um refrão que sem dúvida nenhuma cola na mente.

Em relação a produção do disco não há o que reclamar, também contando com o auxílio de Pupillo (baterista da Nação Zumbi) e Kassin (Orquestra Imperial, Los Hermanos e outros) não tinha como ter erro. E também não é a toa que os garotos de Olinda andam marcando presença nas listas de melhores discos de 2010. Ouça já, e acabe “com a monotonia do seu dia após dia”.

Ps: A banda disponibilizou o disco para download no site oficial.

  1. Entre a União e a Saudade
  2. Antimonotonia
  3. Passarinho Colorido
  4. Justamente
  5. Qualquer Conclusão
  6. Praia da Solidão
  7. Casa Caiada
  8. Aumenta o Volume
  9. Triste Demais
  10. Amigo do Tempo
  11. Papapa
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